domingo, 24 de fevereiro de 2013

JP

"eu queria alguém como tu" , podia dizer-te isto. Alias pensei isto ainda antes de te conhecer, já to disse sem que o percebesses olhos nos olhos até, tu não te lembras mas afinal de contas não teria piada se te lembrasses de como eu era um fãn chato e obstinado. Alias nem vale a pena investir por aí, não acreditarias. Eu sei que não sou personagem credível para ninguém e que nos tempos que correm sentimentos raramente são reais, e levámos toda a uma vida a tentar tornar os nossos corações em pedra , pareço mentiroso demais para tornar o teu em carne novamente. Mentira? Tenho medo da resposta.

O problema é que eu já te procurava muito antes de te conhecer, sabes? Conhecia o teu perfume, jeito inacessível e entraves. Ok ? Eu tinha sonhos, desejos e esperanças, de união cumplicidade, uma relação uma casa e talvez crianças, tou a ir rápido demais?
É o hábito da lamechice, parabéns  deixaste o mestre do coro sem palavras, léxico nem vocabulário para te descrever, ideias turvas mas a visão bem focada , em ti, cada vez que surges, e assinalas a tua presença com esse sorriso que enche qualquer sala, com unicórnios , arco-íris e borboletas .. dass e eu aqui nada príncipe, todo bicho do mato , até doi !
E para o alivio imediato deste defeito hereditário de falta de charme de falta de caracter , falta de carinho , fazia-me falta agora esse teu andar pelo meu quarto a dentro quando penso em ti antes de adormecer, a tua pele era remédio santo para a minha e o teu sorriso provoca o meu em qualquer altura, olhos nos olhos só para eu me poder perder nos teus - perder-mos tempo um com o outro - era o que eu te queria dizer e não consigo , comprimo como se de um ficheiro winzip se trata-se e das mil palavras , resumo a um 'és deficiente' e desejo-te uma boa noite.

Dorme Bem.

24 fevereiro 2013
claudio bastos de oliveira

sábado, 23 de fevereiro de 2013

História Interminável


Ora chove a potes, ora faz sol, doce brisa seguido por um inferno de Verão e aqui sempre tão tu, tu aí sempre tão eu, tu sempre tão minha, eu sempre tão teu.
Ninguém nos disse que seria assim, as comédias românticas só nos deram finais felizes, devem-se ter enganado, ou a nossa história não chegou ao final, ou não tenha final, como aqueles filmes da minha infância do "História Interminável".

Agora eu escrevo sobre outras, os anos passaram é claro, hoje em dia estou com várias, já te ultrapassei - errado.
Tu podias voltar atrás, orgulho é forte eu sei, o tempo passou também para ti, não curou feridas, vincou cicatrizes, não ias dar o braço a torcer por que tantas vezes não ouviu o que tu tinhas a dizer.
O medo de te perder a ti , deu lugar ao medo de que percas as lembranças, cafés, cigarros, ganzas, festas e garrafas, nós contra o mundo, as nossas fodas e beijos ao luar.
As pessoas não entenderam, e já estava à espera do nosso fim de relação, tinha-te avisado sobre mim,que não era homem para t, as só nós entendíamos e eu entendo agora que foi falta de coragem para engolir o orgulho e seguir os sonhos que nos sufocou.
Tu também eras fresca, sangue quente, tal como o das mulheres que eu gosto, esse feitio deu muita dor de cabeça, não me sais da cabeça.

19 Fev. 2013

Cláudio Bastos de Oliveira

( este texto é uma obra fictícia qualquer parecença ou coincidência é coincidência e obra de mero acaso)